Conheça Exercícios e Técnicas que ajudam no Combate às Dores nas Costas

Você vai aprender alguns exercícios, bem simples. Uma técnica que ajuda a ativar músculos que, normalmente, nem usamos.

Edição do dia 01/02/201301/02/2013 22h54- Atualizado em 01/02/2013 23h43

  
 
 

No princípio, é assim. É da natureza dos homens. Não é fácil se equilibrar sobre duas pernas. Esticar a coluna. O tempo passa e o peso dos anos exige muito do nosso corpo.
“A coluna é uma estrutura em si extremamente frágil, a coluna vertebral. Quem sustenta são os músculos. Quando a sua cabeça está ereta, o peso é de 4,5 quilos. Mais ou menos, aproximadamente. Se você está numa postura totalmente errada que é essa, corcunda, o ombro pesado, a cabeça pra baixo, os músculos tem que resistir a uma pressão de 13 quilos. Então, de 4,5 quilos você vai pra quase 13 quilos de esforço dos músculos posteriores do pescoço pra sua cabeça não cair. Não tem coluna que resista”, afirmou Beatriz Ambrósio do Nascimento, terapeuta ocupacional.
É uma mão de obra. Você sabe como é. Trabalhar. Enfrentar fila. Carregar muito mais do que aguentamos. Uma rotina de movimentos repetidos à exaustão. Muitas vezes a gente nem percebe. Mas, cada um tem um jeitão.
“A gente acaba andando sempre com o mesmo jeito. Pisando sempre do mesmo lado, pisando mais forte numa perna do que na outra. Ou seja, viciando certos músculos que sempre são utilizados. E isso vai distorcendo a postura e a coluna”, explicou Beatriz.
“E esse jeitão, viciado, que a gente tem que aprender a mudar?”, perguntou a repórter Tatiana Nascimento.
“Isso”, respondeu a terapeuta ocupacional.
Mudar a perspectiva. Procurar ângulos diferentes pra ver o mundo isso ajuda no equilíbrio e a coluna no eixo. Quem disse que é pra frente que se anda?
Beatriz trouxe para o Brasil um método de auto-cura. Você vai aprender alguns exercícios, bem simples. Uma técnica que ajuda a ativar músculos que, normalmente, nem usamos.
“Os exercícios desse método, eles são destinados a quebrar esses padrões. De que jeito? Fazendo movimentos contrários, diferentes do que a gente está acostumado a fazer. Andar pra trás, por a cabeça pra baixo, esticar a perna pra frente. Podemos conversar rodando o pé, por exemplo. A gente dirige o carro, a gente escreve, a gente lê. Tudo abaixado”, reforçou Beatriz.
“Então, o segredo é: descubra músculos que você tem e não usa?”, questionou Tatiana.
“De que jeito? Fazendo movimentos diferentes”, explicou a terapeuta.
É preciso balançar o esqueleto. E botar os dedinhos pra trabalhar.
“Porque sempre de sapato, seu tornozelo vai acabar funcionando como uma estrutura assim. Quando, na verdade, ele é pra te sustentar. Você tropeça e você não cai, se você tem molejo no tornozelo”.
A terapeuta ensina também a fazer ‘musculação de dedo de pé’.
“Quando você voltar a andar, você vai sentir uma grande diferença na sua marcha, porque você tem mais apoio, a coluna finalmente pode relaxar. A lombar pode relaxar”, disse Beatriz.
Ela ensina ainda outro exercício muito fácil e gostoso de fazer.
“A gente vai pisar e massagear a sola do pé com a bolinha. Pressionando contra a bola. Isso vai acordar, soltar as tensões dos músculos do pé e, portanto, você vai ter de novo uma base melhor e aí a sua coluna pode relaxar. Qualquer pessoa pode fazer isso em qualquer lugar”, contou a terapeuta.
No Rio de Janeiro, para um grupo, toda segunda-feira é dia de praia. Faça chuva, faça sol. As aulas de auto-cura são de graça. E todos ganham com elas.
“Isso é muito bom pra lombar. Ajuda muito, essa tensão de muito tempo de pé que a gente sente”, disse uma mulher.
Você sabia que problemas de visão podem causar dor na coluna?
“Quando você está contraído, todo seu corpo funciona mal. E se você está enxergando mal, você acaba contraindo o pescoço. Então, uma coisa leva à outra. As coisas estão entrelaçadas. Nós funcionamos como uma rede”, afirmou Márcia Mackenzie, terapeuta visual e corporal.
Luíza enxerga mal desde que nasceu.
“Até hoje, na verdade, meu pescoço está um pouco projetado. Ele melhorou bastante, mas ainda trabalho pra ele voltar. Principalmente quando eu forço, fico no computador. Ou alguma coisa do tipo, que eu preciso forçar mais a leitura, aí, é mais perceptível”, contou Luiza Chaves, estudante.
De dois anos pra cá ela começou a praticar.
“A dor na cervical melhorou bastante”, contou.
Alguns exercícios até parecem brincadeira de criança. A terapeuta colocou um pedaço de papel preso por fita no rosto das pessoas e explicou: “Esse papel fica bem no centro do rosto. E a gente vai simplesmente jogar um pouco de bola. Pra que? Pra estimular o uso equilibrado dos dois olhos. E claro, o uso equilibrado também dos dois lados do corpo. Quando os olhos estão equilibrados, o corpo fica equilibrado”.
“Eu estou há 6 meses, mas eu já sinto uma boa melhora. A dor começa no pescoço e vai até as pernas”, disse Sônia Hildebrandt Piscitelli, dona de casa.
“Quando falaram que você ia ter que andar de costas. De lado. O que você pensou?”, perguntou a repórter Tatiana Nascimento.
“Eu disse, ‘ih, meu Deus, o equilíbrio’. Porque a gente se desequilibra também”, respondeu Sônia.
Não é à toa que ouvimos a expressão: parece que. Carrega o mundo nas costas. Geralmente é essa parte do corpo que sofre mais tensão quando estamos preocupados, ou assumimos muita responsabilidade. Para as mulheres, o desafio pode ser ainda maior. De salto alto, na passarela.
Imagine levar nas mãos a bandeira de uma escola de samba na Sapucaí? Ter esse peso nas costas. O desafio de Marcella é passar leveza em cada gesto. Mesmo sentindo muitas dores nas costas.
“Onde dói na sua coluna?”, perguntou a repórter Tatiana Nascimento.
“Quase que ela inteira. Eu tenho um ponto de dor muito grande no meio das costas, que eles chamam de região dorsal. A lombar me incomoda todas as vezes que eu acabo de treinar por conta do salto alto, mas eu descobri mesmo que eu tinha um problema sério na coluna quando eu comecei a ter crises de enxaqueca. Que foi, sei lá, eu sinto dores na coluna há mais de 5 anos. A gente vai, toma um remedinho aqui. O mal do brasileiro, se automedicar. Estava começando a prejudicar meus ensaios a impedir de eu ir pros ensaios e aí eu fui ao médico e descobri que as crises de enxaqueca eram por conta da minha cervical. Ou seja, como se não bastasse a dorsal, a lombar, agora a cervical”, contou Marcella.
Marcella começou a dançar com 9 anos. E, quem diria, aquele jeitão. Ou melhor, jeitinho. Até a bailarina tem.
“Meu médico falou pra mim: ‘Marcella, é também por conta da dança de porta bandeira’. Mas eu tenho um histórico de dança muito grande, que eu fui bailarina clássica. Então, ele diz que é a síndrome da bailarina. Na esquerda, eu não levo nada. Na direita eu levo um peso a mais, então, já desiquilibra a coluna, já desalinha quadril, joelho tornozelo”, explicou a porta bandeira.
Encontramos com ela na primeira aula de reeducação postural.
“Quando ela coloca na postura certa, aí, eu sinto uma dificuldade bem grande”, disse Marcella.
Marcella também faz aulas de pilates toda semana. “Depois que eu comecei a praticar o pilates, é que eu comecei a sentir alívio nas dores da coluna”, contou.
“Ficou mais fácil carregar a bandeira com as aulas de pilates?”, perguntou a repórter.
“Sem dúvida”, respondeu Marcella.
“E tudo isso são exercícios pra fortalecer a musculatura?”, questionou Tatiana.
“Pra fortalecer e me dar estabilidade nessa região de coluna e de abdômen, pra eu conseguir suportar a minha atividade com menos dor possível. Na verdade a gente utiliza a bola, porque a bola trabalha o equilíbrio. Que é isso que eu preciso: encontrar o ponto de equilíbrio da minha musculatura”, afirmou a porta bandeira.
Isso é o que todos nós precisamos: equilíbrio. Uns ainda mais do que outros. Os ensaios na quadra dão uma palhinha do que Marcella vai atravessar na avenida.
“Como é que está a sua coluna?”, perguntou a repórter.
“Está meio dolorida. Amanhã eu vou lembrar de cada passo que eu fiz hoje aqui. Pode ter certeza”, comentou Marcella.
“Será que esse carnaval esse ano, o desfile vai ser um desfile com ou sem dor?”, quis saber Tatiana.
“No final é impossível sair sem dor. Ainda mais com as fantasias pesadas. É impossível”, comentou Marcella.
“Deve ser um prazer imenso, cruzar a Sapucaí com aquela multidão, mas isso não tira o peso da tua coluna, né?”, questionou a repórter.
“Não. Tem que amar”, completou a porta bandeira.
E se esse é o trabalho da Marcella. A coluna é seu sustento. Com jeitão ou jeitinho, o único jeito é cuidar muito bem dela.

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